No dia 20 de outubro de 2025, o mundo acordou em silêncio — um silêncio digital.
Alexa não respondia. Prime Video, Zoom, Canva, Duolingo… tudo fora do ar.
Um verdadeiro apagão global.
O problema veio da Amazon Web Services (AWS) — responsável por quase um terço da infraestrutura da internet mundial.
Um único data center, localizado na Virgínia do Norte (EUA), apresentou falha e derrubou parte da rede global.
O erro começou no DNS, o sistema que conecta os endereços dos sites e aplicativos.
Sem ele, os serviços simplesmente não sabiam para onde ir.
O resultado:
Mais de 500 empresas hospedadas na nuvem da AWS foram afetadas — entre elas, iFood, Mercado Livre e PicPay.
Milhões de usuários ficaram sem acesso a plataformas essenciais por várias horas.
A Amazon conseguiu “mitigar” o problema — ou seja, controlar os danos — e, aos poucos, a internet voltou a funcionar.
Mas o que esse apagão revela sobre o Brasil?
O episódio mostrou o quanto depender de estruturas fora do país pode tornar a resposta a crises mais lenta e complexa.
Quando os datacenters estão em outros continentes, qualquer comunicação técnica, decisão operacional ou ação emergencial passa por diferenças de fuso horário, idioma e coordenação internacional — fatores que atrasam o processo de recuperação.
Ter datacenters localizados no Brasil significa reduzir essa distância operacional.
Com equipes locais, suporte em tempo real e uma infraestrutura geograficamente próxima, seria possível identificar e resolver falhas com mais agilidade, minimizando os impactos para empresas e usuários brasileiros.
Além disso, a presença de datacenters nacionais fortalece a soberania digital, gera empregos em tecnologia e aumenta a segurança dos dados, que passam a seguir as normas e legislações brasileiras.
Lição que fica:
Ter a nuvem mais próxima de casa não é apenas uma questão técnica — é uma questão estratégica.
Quanto mais descentralizada e nacionalizada for a infraestrutura digital, mais estável e segura será a nossa internet.